Corrente Alternada

Comentários e resenhas sobre discos, letras de músicas e filmes; com enfoque em aspectos depressivos.

Thursday, July 20, 2006

NICO - ICON


NICO - ICON



O tema de hoje é meio “tenebroso”, eu quero dizer tenebroso mesmo. Sombrio. Acho mesmo que haveria outras maneiras de se falar sobre a Nico, mas penso que talvez seja o lado mais representativo. De qualquer forma “The End” é sem dúvida nenhuma fantasmagórico, um disco deito de sombras, e é no ano de 1974 que eu vou parar a descrição – embora todos já saibam que ela morreu em 1988. Aliás, por coincidência foi nesse mesmo mês.

Nico sempre foi uma personagem misteriosa, já começando pelo seu nascimento. Segundo algumas fontes ela teria nascido em Köln, já outras atestam que seria em Budapest. Certo é que ela se considerava alemã (a última faixa do álbum The End é o Hino da Alemanha, precisa dizer mais alguma coisa??) e certamente todos a consideravam alemã.

Christa Päffgen nasceu em 16 de Outubro de 1938, mas Nico só iria nascer muito tempo depois. Nico é um eneagrama de ICON, e sabe-se lá por que ela desistiu de ser Christa para ser um ícone. Mas para aqueles nascidos naqueles tempos de guerra muita coisa não se sabe bem com clareza.

No final dos anos 50 ela atuava como modelo na Europa, e em 1959 participou do filme “La dolce vita” de Frederico Fellini. Nico aparece em seis cenas nesse filme. Em uma delas o "Principe Masclashi" (interpretado por Zadam Wolkonky) oferece à sua noiva "Nico Otzaki" (Nico) um colar de pérolas.
Nesse período teve um relacionamento com Alan Delon, do qual nasceria seu filho Ari em 1962 na cidade de New York.





Já estabelecida em NY continuou como modelo e também como atriz, assim conheceu Andy Warhol que
a apresentou às pessoas as quais viria
tornar-se The Velvet Undergroud.Creio que além de contribuir artisticamente, ela também tenha quebrado o coração de Lou e Cale. Todavia com Cale as coisas ficaram as claras e ele foi o principal colaborador em todos os trabalhos musicais dela; mas quanto a Lou, não acredito que ele tenha assimilado muito bem a coisa toda naquele momento. Na realidade Lou Reed sempre precisa de bastante tempo para as coisas, uma espécie de Mistrial. Alguns especulam que Berlin tenha sido idealizado tendo Nico como personagem central. Pessoalmente acho que em parte sim, mas há muitas outras personagens. Não é um disco autobiográfico, é uma obra de ficção.



Já nos anos 70, enquanto Lou Reed grava Berlin, Nico juntamente com John Cale gravam The End. Este é um disco para não se escutar só, de noite em casa. Ou dependendo do ponto de vista justamente o contrário. É um disco sombrio, a música sei da sombra, as palavras nunca completam a idéia... há sempre algo incompleto. Não é confuso, mas enigmático – do que será que ela está falando? Mas é também expressionista, áspero. É como se de fato esse fosse o seu último disco.
É curioso, chega a ser dois lados da mesma moeda: Berlin e The End - Lou Reed John Cale/Nico
Mas assim como Lou seguiu a vida experimentando muitas perspectivas, inclusive na vida pessoal com Betty, Nico também foi em frente. Porém nos relacionamentos parece nunca ter tido muito êxito, como por exemplo com Jim Morrison do The Doors. A respeito disso acho que Oh Jim do álbum Berlin refere-se a ele. – Isso é uma coisa subjetiva, mas eu vejo assim. Talvez seja possível, mas não acredito que tenha qualquer influência além de uma citação não muito gentil. Para Nico noentanto a vida teve muito mais altos e baixos, talvez mais baixos que altos. Talvez isso seja conseqüência de ser um ícone? Há algum paralelo com Brigitte Bardot? É isso o fim?

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